Estudos epidemiológicos têm encontrado diversos fatores
associados a incidência e à prevalência de esquizofrenia na população mundial. Aleman
et al., (2003) apud Perkins e Lieberman (2013) falam que metanálises concluem que
a esquizofrenia é cerca de 1,4 vezes mais comum em homens que em mulheres. Outros
estudos apontam para o desenvolvimento através do meio ambiente no surgimento
do risco de esquizofrenia como nascer e viver em área urbana que está associado
à predisposição ao risco aproximadamente 1,9 vezes maior em homens e 1,3 vezes
maior em mulheres em comparação com populações não urbanas (kelly et al., 2010).
Para Perkins e Lieberman (2013) talvez a principal forma
de observar o risco de desenvolver esquizofrenia seja analisando o risco de
morbidade ao longo da vida, que é a prevalência da doença incluindo todas as
pessoas em um corte de nascimentos. A média do risco me morbidade de
esquizofrenia (porcentagem de pessoas que irão desenvolver esquizofrenia em
suas vidas) é de 0,7%; entretanto, essa proporção varia de 0,3 a 2,7% em
diferentes populações. Desse modo, a prevalência mundial de esquizofrenia de 1%
frequentemente mencionada é uma aproximação razoável, mas parece ser maior do
que a indicada pelos estudos epidemiológicos recentes.
“A
epidemiologia estuda a distribuição das doenças nos grupos populacionais quanto
a sua magnitude e natureza, procurando investigar fatores determinantes na
etiologia e prognóstico. Considera-se a tríade epidemiológica sujeito, agente e
ambiente”.
(MARI in SHIRAKAWA
et.al., 2001, p.25)
Para Mari (2001) considera-se que o agente no caso da
esquizofrenia pode estar relacionado aos fatores intrínsecos (Genéticos) e
extrínsecos (socioambientais e familiares), a epidemiologia da esquizofrenia
abrange áreas como a clínica psicológica e psiquiátrica, a psicofarmacologia, a
genética, a antropologia e a sociologia.
A maioria dos indivíduos que desenvolvem um transtorno
psicótico com características de esquizofrenia terá uma doença crônica e a
gravidade dos sintomas é muito variável, bem como a gravidade da disfunção
social e profissional que podem acometer o sujeito.
Segundo
Perkins e Lieberman (2013) um atendimento pré-natal cuidadoso (incluindo
suplementos vitamínicos apropriados e prevenção das complicações pré e
perinatais, incluindo doenças infecciosas maternas, exposição a eventos
estressantes de vida e complicações obstétricas) pode influencias no risco da
doença e, bem como em sua gravidade.
O
curso da esquizofrenia é bastante heterogêneo, com resultados que vão desde a
recuperação completa à disfunção crônica. Vários fatores estão associados aos
desfechos ligados ao esquizofrênico como o ambiente familiar, sua predisposição
genética, estressores no trabalho e nas relações interpessoais; diversos
tratamentos com antipsicóticos e psicoterapia e intervenções podem aumentar a probabilidade
de recuperação.
E
como disseram Lieberman et al., (2008)
a prevenção de episódios recorrentes parece ser fundamental para prevenir a evolução
da doença. É importante destacar que as intervenções que incentivam o apoio
familiar e social também podem ter impacto para um melhor prognóstico do esquizofrênico.
REFERÊNCIAS
LIEBERMAN,
Jeffrey A.; STROUP, T. Scott; PERKINGS, Diana O. Fundamentos da Esquizofrenia. Porto Alegre: Artmed, 2013.
NOTO,
Cristiano S.; BRESSAN, Rodrigo A. Esquizofrenia:
avanços no Tratamento Multidisciplinar. Porto Alegre: Artmed, 2012.
MARI,
Jair J. A evolução dos critérios
diagnósticos da esquizofrenia. In O desafio da Esquizofrenia. Edit. Itiro
Shirakawa et.al. São Paulo: Lemos Editorial, 2001.
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